🧬 Disruptores endócrinos ambientais - A Química do cotidiano invadiu o corpo masculino!
Os disruptores endócrinos ambientais (EEDs) são substâncias químicas — naturais ou sintéticas — capazes de interferir no sistema hormonal humano e animal. Segundo o artigo de Han e Jin (2025), essas substâncias incluem metais pesados (como chumbo e cádmio), plastificantes (como bisfenol A e ftalatos) e poluentes orgânicos persistentes (como dioxinas e PCBs). Eles estão presentes em produtos industriais, agrícolas e domésticos, e podem ser absorvidos por ingestão, inalação ou contato dérmico. Estudos mostram que mais de 90% das amostras biológicas humanas contêm traços de múltiplos EEDs, indicando uma exposição populacional ampla e contínua.
Os impactos desses compostos na saúde reprodutiva masculina são extensos. Observa-se associação entre exposição a EEDs e queda significativa na concentração, motilidade e integridade do DNA espermático, além de redução nos níveis de testosterona e aumento compensatório de FSH e LH, indicando disfunção testicular primária. Trabalhadores expostos em indústrias químicas e agrícolas apresentam até 68% mais malformações espermáticas e 28% menos testosterona em relação a controles. Em estudos populacionais, áreas contaminadas por dioxinas apresentaram redução de 28% na contagem espermática nos residentes, reforçando o elo entre poluição ambiental e infertilidade masculina.
Os mecanismos moleculares de ação dos EEDs são complexos e interligados. Eles imitam ou bloqueiam receptores hormonais — como os de andrógenos e estrogênios —, interferem na síntese de esteroides e geram estresse oxidativo e disfunção mitocondrial. O bisfenol A, por exemplo, age como antagonista do receptor androgênico, reduzindo a transcrição gênica dependente de testosterona, enquanto o cádmio inibe a enzima 17β-hidroxiesteroide desidrogenase, essencial para a produção desse hormônio. Além disso, essas substâncias promovem modificações epigenéticas (como metilação do DNA e alteração de histonas), capazes de transmitir disfunções reprodutivas a gerações futuras.